sábado, 5 de dezembro de 2009

PRECONCEITO DENTRO DE COLETVO.




Ativista Cazu Barroz afirma ter sofrido discriminação em ônibus no Rio de Janeiro

03/12/2009 - 19h50



O ativista Cazu Barroz, da Federação dos Bandeirantes do Brasil, afirmou na tarde desta quinta-feira que foi vítima de preconceito dentro de um ônibus da linha 484 que liga Jacarepaguá a Copacabana, no Rio de Janeiro. De acordo com ele esta não é a primeira vez que sofre agressões verbais em transporte público. “Em 2000 tive esse problema, mas como foi um ato do motorista, foi mais fácil denunciar e entrar na justiça. Dessa vez foram passageiros”, declarou. Dois rapazes e uma mulher, todos com certa de 24 anos, teriam insinuado piadas chamando-o de “aidético”, “drogado” e “viado”. Veja a seguir a carta na íntegra enviada por ele via e-mail.
Cazu Barroz
Lamentável que após 25 anos de epidemia no Brasil ainda sofremos com este tipo de preconceito, se já não bastasse nossos gestores que não investem na assistência às PVHs (Pessoas Vivendo com HIV/aids).

Hoje, ao embarcar no ônibus 484 indo para Copacabana, fui insultado, chamado de viado, aidético e agredido com tapas na cabeça e nuca até ser colocado para fora do veículo por três passageiros que me reconheceram da campanha “Paixão pela Vida”, exibida há quatro semanas na Rede Globo e por ter aparecido em vários programas de TV no Dia Mundial de Luta contra Aids, em que sem medo ou vergonha, digo que tenho o HIV.
Durante o percurso tive que ouvir piadinha dos mesmos como, por exemplo, “se tem aids é viado ou drogado. Olha o aidético da TV.”

Sei que nada será feito, pois a quem responsabilizar por este ato de preconceito? Mesmo assim, registrei o caso na 12ª DP em Copacabana, Rio de Janeiro.
Em 2000, fui vítima de preconceito por um motorista que se recusou abrir a porta do ônibus quando apresentei o passe livre fornecido para as pessoas vivendo com aids. Neste caso, processei a empresa e fui indenizado.
A própria polícia me informou que serei apenas mais um caso na estatística, pois não se tem a quem punir, a agressão foi feita por passageiros e não pelo funcionário da empresa do ônibus.
Não vou desistir de fazer campanhas ou emprestar minha imagem para conscientizar a população sobre a prevenção e contra a discriminação. Mais do que nunca precisamos investir contra o preconceito.
Cazu Barroz
Ator
Dica de Entrevista
Federação de Bandeirantes do Brasil


Tel.: (0XX21) 2240 9220