terça-feira, 21 de julho de 2009

CARTA DO ENJVHA - Curitiba

A Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS (RNAJVHA) aprovou ao final do IV Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS (ENAJVHA), em plenária final, uma carta de reivindicações na qual estabelece objetivos e metas de ação. A carta deverá ser enviada nos próximos dias aos parceiros citados. Confira a seguir, o documento na íntegra."Nós, Adolescentes jovens que vivemos com HIV/AIDS de todo o Brasil, reunidos na cidade de Curitiba nos dias 9 a 12 de julho de 2009, durante o IV Encontro Nacional de Adolescente e Jovens Vivendo com HIV/AIDS com o tema “Qualidade de Vida: a responsabilidade é nossa”, reafirmamos a importância da Rede Nacional de Jovens que Vivem com HIV/AIDS, tendo na carta de princípios o norteador dos anseios de luta pela qualidade de vida e de cidadania no território nacional. Assumimos o compromisso de romper com os processos de tutelamento que regem movimentos e principalmente nós adolescentes jovens, queremos ter Autonomia para que nossas escolhas sejam respeitadas e referendadas, queremos Respeito, queremos Trabalho, queremos Saúde, queremos Seguridade Social e principalmente o reconhecimento que somos PESSOAS, sujeitos da nossa própria história.No presente, ainda nos preocupa a situação das casas de apoio no que se refere aos adolescentes e jovens. Queremos que o Estado cumpra o seu papel de proteger a vida e ser responsável de criar condições para o desenvolvimento de nossas potencialidades humanas e do exercício de nossa cidadania.
Reconhecemos que ainda se fazem necessárias a construção de políticas públicas específicas para a Juventude, e em especial para os adolescentes jovens vivendo com HIV. Precisamos aliar forças e desejos a outros movimentos sociais como a RENAJU (Rede Nacional de Grupos Movimentos e Organizações da Juventude, como a RNP+ Brasil (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS) e as Cidadãs PositHIVas (Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas), bem como a aproximação para encaminhamento de nossas demandas com organismos governamentais e organismos internacionais ligados às nossas especificidades como a Secretaria de Políticas da Juventude, as secretarias especiais de Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres, os ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego, de Desenvolvimento Social, da Saúde, e Ministérios Públicos, entre outros. Temos como prioridade a construção da rede em âmbito municipal e regional como forma de fortalecimento da Rede na esfera nacional prevendo a organização e a realização de encontros regionais em um ano, e no outro ano o Encontro Nacional para a construir nossa agenda política.Reconhecemos que nesta construção de nossa trajetória é importante o apoio recebido por meio do Departamento de DST/AIDS do Ministério da Saúde, das agências do Sistema ONU com ênfase na Unicef a qual dedicou um departamento inteiro para cuidar de assuntos relacionados a nós adolescentes e jovens vivendo com HIV/Aids, a PACTBrasil enquanto mantenedora do Programa de Formação de Jovens Líderes Vivendo com HIV/Aids; desejando e monitorando este processo como um agregador de forças na construção da rede, não queremos que este processo duplique esforços nem torne refém a agenda da rede ou promova trajetórias pessoais em detrimento do desenvolvimento coletivo.Necessitamos ainda construir nossa agenda política, desenvolver a personalidade formal e jurídica da Rede. Para tanto são necessários:
a construção de aspectos da rede, como Missão, Visão, Princípios e Estrutura que configurará seu processo administrativo e representativo (Estatuto, regimento interno).a divulgação da Rede através das mídias eletrônicas (Site, TV, Rádio).contribuir com MEC e Ministério da Saúde quanto á importância e ampliação do programa SPE (Saúde e Prevenção nas Escolas) e da participação do jovem vivendo na estruturação e execução deste programa.
Que a RNAJVHA tenha uma cadeira específica na CAMS, para que não estejamos concorrendo com os jovens do movimento estudantil, acreditamos que embora todos os jovens busquem a participação social e que suas vozes sejam ouvidas, as nossas lutas são diferentes, por isso não nos sentimos contemplados na fala destes outros jovens, percebemos que nós somos os protagonistas da vida com AIDS e que por nós só nós podemos falar e decidir, que além de prevenção as DST/Aids queremos democratização, universalidade e principalmente aplicabilidade dos nossos direitos humanos.
Por fim, queremos que o Ministério da Saúde adote como critério de juventude a população de 15 a 29 anos como é das Políticas nacionais de Juventude.
Curitiba 12 de julho de 2009.
Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS"